sábado, 6 de novembro de 2010

Eleições ainda... mas, agora, no IEL/UNICAMP !!!

Depois de ter participado da melhor forma que pude do movimento pela eleição de Dilma Rousseff para a Presidência da República, e depois da alegria de ver eleita essa mulher de fibra, de muita coragem (essa qualificação é o mínimo que se pode dizer dela depois de seu enfrentamento com a feroz didatura militar que se instalou em nosso país em 1964), competente e comprometida com as causas sociais, além dos posts que prometi de análise da linguagem da grande mídia, até o dia 23 de novembro, estarei também comentando a campanha para a Direção do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas.

Estou apoiando uma das chapas, a que é composta pelos professores Wilmar da Rocha D' Angelis (Diretor) e Edwiges Maria Morato (Diretora Associada), que tem como mote "Sem esperança não surge o inesperado", de Murilo Mendes.

O blog da chapa é:

http://inesperado2011.blogspot.com/2010/10/carta-programa-de-apresentacao-de.html

Não há eleições disputadas para a Direção do Instituto há 12 anos.

A última eleição disputada foi a que elegeu o Professor Dantas e a Professora Maria Augusta Bastos, da qual participei ativamente ainda como discente da pós-graduação.

Me alegro que hoje tenhamos uma saudável disputa. É uma oportunidade para o debate de ideias e, mais importante, para o incentivo à participação da comunidade acadêmica na vida universitária como um todo.

Me alegro pelo fato de ter podido participar, ontem, de uma reunião dos candidatos da chapa "Inesperado" com 45 funcionários e de ter observado a alegria e o entusiasmo provocados pela reunião, que transcorreu em um clima democrático e que discutiu formas de participação na gestão do Instituto. Um dos tópicos mais discutidos foi a proposta da chapa de uma gestão compartilhada.

Uma gestão compartilhada da Universidade e de seus Institutos é um tipo de gestão que se caracteriza pelo profundo e contínuo envolvimento das três categorias - docentes, funcionários e discentes - na vida academico-administrativa da universidade.

Poder-se-ia argumentar que o funcionamento da Universidade já é assim. Em termos. Porque o que se sente hoje, mais do que em outros tempos, é falta de voz (e muitas vezes, de representação legítima) desses setores nas instâncias da Universidade, quando elas funcionam. Não há incentivo à participação mais ampla quando se tem que discutir temas que envolvem a comunidade como um todo. Além disso, há o problema da representatividade.

Um exemplo. Há representantes dos docentes na Congregação do IEL e algumas representações nessa instância são aquelas dos diferentes níveis da categoria docente. Eu sou, em tese, representada pelo professor MS-3 eleito para estar na Congregação. No entanto, nesses 10 anos de IEL, nunca fui consultada para que emitisse a minha opinião sobre qualquer um dos tantos temas polêmicos que foram tratados na Congregação do Instituto nesse período. Sendo assim, fica a pergunta: quem os representantes representam? Mas isto não é um problema desse ou daquele representante. Não estou dizendo que o representante tem que consultar a sua "base" a toda hora. Não defendo nem democratismo nem assembleísmo. Só acho bastante complicado que, em momentos importantes, a decisão dos representantes seja pouco fundamentada na opinião daqueles que ele representa.

E isto tem a ver com práticas outras, há muito assentadas e naturalizadas, como a não divulgação mais ampla (por exemplo, no site do IEL) da pauta da reunião da Congregação e como o não-incentivo à discussão pública e prévia em outras instâncias (reuniões abertas à comunidade) de temas que digam respeito a todo o Instituto.

O Instituto de Estudos da Linguagem, neste sentido, poderia ser um grande laboratório de educação linguística, em tempos em que as pessoas pouco sabem se posicionar sem ofender e sem agredir ninguém, sem partir para a desqualificação pessoal daquele de quem se discorda.

A reunião de ontem provou que é possível ter uma gestão compartilhada se houver um compromisso maior com a democracia dentro da Universidade e dentro do Instituto. Muitas propostas foram feitas ontem. Caso a chapa ganhe, há um compromisso com a implementação delas. Mas essas propostas só podem emergir se o ambiente não for o de receio de se expor e se o ambiente contar com mediadores que sejam respeitados, respeitadores e que tenham legitimidade para mediar, com a maior eficácia possível, as diferenças e os conflitos existentes entre as pessoas e os grupos.

Enfim, gente, vamos adiante. Temos muito o que discutir até o dia 23 de novembro.

Um comentário:

  1. Beleza Anna, vamos seguir em frente e mudando este nosso Brasilzão, agora é a vez de Wilmar e Dudu pra gente ser feliz também no IEL!

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